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O que é a Cognitivo-Comportamental?

Saiba quais são as características de uma psicoterapia cognitivo comportamental

O que é ?

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem terapêutica amplamente reconhecida e utilizada para tratar uma variedade de problemas psicológicos, emocionais e comportamentais. Fundamentada na ideia de que nossos pensamentos, emoções e comportamentos estão interconectados e influenciam uns aos outros, a TCC busca identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para o sofrimento psicológico.

Em essência, a TCC parte do pressuposto de que não são os eventos em si que determinam nossas reações emocionais, mas sim a maneira como interpretamos e processamos esses eventos. Assim, durante o processo terapêutico, o terapeuta trabalha em colaboração com o cliente para explorar e desafiar pensamentos distorcidos, crenças negativas e padrões de comportamento desadaptativos que podem estar contribuindo para o seu problema.

Uma das características distintivas da TCC é seu foco no presente e nas estratégias práticas para promover mudanças duradouras. Os terapeutas cognitivo-comportamentais frequentemente utilizam técnicas como a reestruturação cognitiva, onde ajudam os clientes a identificar e substituir pensamentos irracionais por pensamentos mais realistas e adaptativos; a exposição, que envolve gradualmente enfrentar situações temidas para superar medos e ansiedades; e o treinamento de habilidades, que ensina aos clientes técnicas específicas para lidar com emoções negativas e situações desafiadoras.

Além disso, a TCC é uma abordagem orientada para objetivos, com foco na resolução de problemas e na conquista de metas específicas. Durante o curso do tratamento, os clientes são incentivados a praticar novas habilidades e estratégias fora da sessão terapêutica, promovendo a consolidação das mudanças desejadas no dia a dia.

A eficácia da TCC tem sido amplamente documentada em uma variedade de transtornos psicológicos, incluindo depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtornos alimentares, entre outros. Além disso, a TCC também pode ser adaptada para atender às necessidades específicas de diferentes grupos populacionais.

Uma Breve História

Em meados do século XX, nos Estados Unidos, dois psicólogos - Aaron T. Beck e Albert Ellis - estavam buscando novas maneiras de entender e tratar os transtornos mentais. Beck, um psiquiatra, e Ellis, um psicoterapeuta, desenvolveram abordagens terapêuticas que se tornariam os pilares da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).

Aaron T. Beck, inspirado pela observação de seus pacientes deprimidos, começou a questionar a teoria psicanalítica predominante na época. Ele percebeu que os pensamentos automáticos negativos desempenhavam um papel crucial na depressão e em outros transtornos psicológicos. Em vez de focar apenas no inconsciente, Beck concentrou-se na identificação e modificação desses pensamentos disfuncionais.

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Aaron Beck

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Albert Ellis

Por outro lado, Albert Ellis, influenciado pela filosofia estoica, desenvolveu a Terapia Racional-Emotiva Comportamental (TREC), mais tarde renomeada como Terapia Racional-Emotiva Comportamental (TREC). Ellis acreditava que nossas emoções são influenciadas principalmente por nossas crenças racionais ou irracionais sobre eventos externos. Ele enfatizou a importância de questionar e desafiar essas crenças irracionais para promover uma mudança emocional positiva.

Esses dois pioneiros da psicoterapia cognitivo-comportamental lançaram as bases para uma abordagem terapêutica revolucionária. Suas teorias e técnicas foram posteriormente combinadas e expandidas por outros terapeutas, dando origem à TCC moderna.

Esses dois pioneiros da psicoterapia cognitivo-comportamental lançaram as bases para uma abordagem terapêutica revolucionária. Suas teorias e técnicas foram posteriormente combinadas e expandidas por outros terapeutas, dando origem à TCC moderna.

A Terapia Cognitivo-Comportamental passou por uma evolução significativa desde sua origem, especialmente com o surgimento da chamada "Terceira Onda" da TCC. Enquanto as abordagens tradicionais da TCC, como as desenvolvidas por Aaron T. Beck e Albert Ellis, focavam principalmente na identificação e modificação de pensamentos disfuncionais e crenças irracionais, a Terceira Onda expandiu os horizontes da TCC para incluir novos conceitos e técnicas.

A Terceira Onda da TCC começou a surgir na década de 1990, com o trabalho de terapeutas e pesquisadores como Marsha Linehan, Steven Hayes e Jon Kabat-Zinn. Esses pioneiros da Terceira Onda desenvolveram abordagens que visavam aprimorar a eficácia e a aceitação da TCC, bem como expandir suas aplicações para uma variedade de problemas psicológicos e emocionais.

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Marsha Linehan

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Steven Hayes

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Jon Kabat-Zinn

Uma das principais características da Terceira Onda é o foco na aceitação e na mindfulness, em contraste com a abordagem mais diretiva e centrada em mudanças das abordagens anteriores. Por exemplo, a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), desenvolvida por Steven Hayes, enfatiza a aceitação de pensamentos e emoções indesejadas, em vez de tentar controlá-los, e o compromisso em agir de acordo com os valores pessoais.

Outra abordagem da Terceira Onda é a Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness (MBCT), desenvolvida por Zindel Segal, Mark Williams e John Teasdale, que combina técnicas da TCC tradicional com práticas de mindfulness para prevenir recaídas na depressão.

Hoje, a psicoterapia cognitivo-comportamental desfruta de um status científico sólido e uma aceitação generalizada tanto entre profissionais de saúde mental quanto entre o público em geral. Nos últimos anos, a TCC emergiu como uma das abordagens terapêuticas mais amplamente reconhecidas e eficazes no tratamento de uma variedade de transtornos mentais e emocionais.

Além disso, a TCC é frequentemente recomendada como uma abordagem de primeira linha para o tratamento de muitos transtornos mentais, tanto por organizações profissionais quanto por diretrizes clínicas nacionais e internacionais. Sua eficácia e aplicabilidade generalizada a tornaram uma escolha popular entre profissionais de saúde mental e uma opção de tratamento preferida para muitos pacientes.

A aceitação da TCC também se estende além da comunidade de saúde mental, com muitos pacientes e clientes buscando ativamente terapeutas treinados em TCC devido à sua abordagem prática, orientada para soluções e baseada em habilidades. Como resultado, a demanda por terapeutas cognitivo-comportamentais continua a crescer em muitas partes do mundo.

Em suma, hoje, a psicoterapia cognitivo-comportamental é amplamente reconhecida como uma abordagem terapêutica eficaz, baseada em evidências e altamente valorizada tanto pelos profissionais de saúde mental quanto pelos pacientes que se beneficiam de suas técnicas comprovadas.

Filosofia e características

A filosofia subjacente ao processo terapêutico em Terapia Cognitivo-Comportamental é baseada em uma abordagem colaborativa, orientada para soluções e focada na mudança. Existem várias características distintivas que definem o processo terapêutico em TCC:

1. Foco no presente: A TCC concentra-se principalmente nas dificuldades atuais e nos padrões de pensamento e comportamento que estão afetando a vida do cliente no momento presente. O terapeuta e o cliente trabalham juntos para identificar e abordar questões específicas que estão causando sofrimento ou dificuldades.

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2. Orientação para objetivos: A TCC é uma abordagem terapêutica orientada para objetivos, onde o cliente e o terapeuta colaboram para estabelecer metas claras e alcançáveis para o tratamento. Essas metas fornecem uma estrutura para o trabalho terapêutico e ajudam a medir o progresso ao longo do tempo.

3. Ênfase na educação: A TCC tem uma forte ênfase na educação do cliente sobre os princípios da terapia e as habilidades necessárias para promover a mudança. Os clientes são incentivados a entender como seus pensamentos, emoções e comportamentos estão interconectados e como podem aprender a fazer escolhas mais saudáveis e adaptativas.

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4. Uso de técnicas e estratégias específicas: A TCC utiliza uma variedade de técnicas e estratégias específicas, como reestruturação cognitiva, exposição, treinamento de habilidades e mindfulness, para ajudar os clientes a modificar padrões disfuncionais e promover a mudança positiva. Essas técnicas são adaptadas às necessidades individuais de cada cliente e são aplicadas de forma colaborativa ao longo do tratamento.

Um conceito central tanto na TCC quanto no estoicismo é a ideia de que não somos diretamente afetados pelos eventos externos, mas sim pela maneira como interpretamos e respondemos a esses eventos.​Na TCC, essa ideia é refletida na crença de que nossos pensamentos e interpretações de uma situação têm um impacto direto em nossas emoções e comportamentos subsequentes. Por exemplo, se interpretamos um evento como ameaçador ou perigoso, é mais provável que experimentemos medo ou ansiedade em resposta a esse evento. No entanto, se interpretarmos o mesmo evento de forma mais neutra ou positiva, nossas emoções e comportamentos podem ser muito diferentes.​Essa compreensão é fundamental na prática da TCC, onde os terapeutas trabalham com os clientes para identificar e desafiar padrões de pensamento disfuncionais e crenças irracionais que contribuem para problemas emocionais e comportamentais. Ao ajudar os clientes a desenvolver uma compreensão mais objetiva e realista de suas experiências, a TCC capacita-los a mudar suas respostas emocionais e comportamentais de maneira mais adaptativa.​​​

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Mitos sobre a TCC

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem terapêutica amplamente reconhecida e eficaz no tratamento de uma variedade de transtornos mentais e emocionais. No entanto, como qualquer disciplina, a TCC muitas vezes é cercada por mitos e equívocos. Vamos explorar alguns desses mitos comuns:

  1. A TCC é apenas sobre pensamento positivo: Um dos equívocos mais comuns sobre a TCC é que ela se resume a pensar positivo. Embora a TCC inclua o desafio de pensamentos distorcidos e a promoção de pensamentos mais realistas e adaptativos, ela vai muito além do simples "pensamento positivo". Envolve identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para o sofrimento psicológico.

  2. A TCC é uma abordagem superficial: Algumas pessoas acreditam erroneamente que a TCC é uma abordagem terapêutica superficial que ignora questões emocionais mais profundas. Na realidade, a TCC reconhece a importância de explorar emoções subjacentes e eventos passados, mas se concentra principalmente no presente e em soluções práticas para lidar com os problemas.

  3. A TCC é uma abordagem de curto prazo e rápida: Embora a TCC seja frequentemente descrita como uma terapia de curto prazo, isso não significa que os resultados sejam instantâneos ou que o tratamento seja sempre breve. O tempo necessário para o tratamento pode variar dependendo da gravidade do problema e das necessidades individuais do cliente. Além disso, a TCC enfatiza a prática e o trabalho contínuo fora das sessões terapêuticas para alcançar resultados duradouros.

  4. A TCC é fria e impessoal: Alguns podem ter a impressão de que a TCC é uma abordagem terapêutica fria e impessoal, focada apenas em técnicas e estratégias. No entanto, os terapeutas cognitivo-comportamentais são treinados para criar um ambiente terapêutico acolhedor e empático, onde os clientes se sintam ouvidos, compreendidos e apoiados em seu processo de mudança.

  5. A TCC é apenas para transtornos mentais graves: Embora a TCC seja altamente eficaz no tratamento de transtornos mentais graves, como depressão e ansiedade, ela também pode ser útil para uma ampla gama de problemas psicológicos e emocionais, desde questões de autoestima até dificuldades de relacionamento e estresse no trabalho.

  6. A TCC ignora os sonhos e a imaginação: Um equívoco é que a TCC desconsidera o papel dos sonhos e da imaginação no processo terapêutico. Embora a TCC se concentre principalmente em padrões de pensamento e comportamento observáveis, ela reconhece a importância dos pensamentos e imagens mentais. A TCC frequentemente utiliza técnicas que exploram e desafiam imagens mentais e crenças subjacentes, como a reestruturação cognitiva e a visualização guiada.

  7. A TCC não permite espaço para a criatividade: Alguns acreditam que a TCC é uma abordagem terapêutica rígida e estruturada, que não permite espaço para a criatividade e a exploração emocional. Na realidade, a TCC pode ser altamente criativa e adaptável, incentivando os clientes a explorar novas maneiras de pensar, sentir e se comportar. Terapeutas cognitivo-comportamentais frequentemente adaptam suas abordagens para atender às necessidades individuais e preferências dos clientes, incorporando elementos criativos e exploratórios no processo terapêutico.

  8. A TCC não leva em conta o inconsciente: Alguns acreditam que a TCC se concentra exclusivamente no consciente e ignora o papel do inconsciente no comportamento humano. Embora a TCC não se baseie tanto na exploração do inconsciente quanto algumas outras abordagens terapêuticas, como a psicanálise, ela reconhece a influência dos pensamentos automáticos e das crenças inconsciente nos padrões de comportamento. A TCC frequentemente trabalha para trazer esses padrões à consciência e modificá-los de forma eficaz.

  9. A TCC é apenas para pessoas "racionais": Outro equívoco é que a TCC é apenas para pessoas que valorizam a lógica e o pensamento racional, excluindo aquelas que são mais orientadas para a emoção ou a intuição. Na realidade, a TCC pode ser adaptada para atender às necessidades de uma ampla variedade de pessoas, independentemente de seu estilo de pensamento predominante. Terapeutas cognitivo-comportamentais estão treinados para trabalhar com clientes de todas as origens e personalidades, adaptando sua abordagem de acordo com as necessidades individuais de cada cliente.

 

É importante reconhecer esses mitos e equívocos sobre a TCC para evitar mal-entendidos e garantir que as pessoas tenham uma compreensão precisa dessa abordagem terapêutica valiosa. A TCC é uma ferramenta poderosa para promover a mudança positiva e o bem-estar emocional, e seu potencial pode ser maximizado quando compreendido corretamente.

Dedone Psicologia

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