top of page
WhatsApp Image 2024-02-14 at 16.01_edited.jpg

Giancarlo Dedone Bissolli

  • Mestre em psicologia clínica pela PUC-SP

 

  • Especialista em Psicologia Cognitivo comportamental pelo centro de estudos cognitivo-comportamental 

 

  • Bacharel em psicologia pela universidade presbiteriana mackenzie 

​

O meu encontro com a cognitivo-comportamental

Desde muito jovem, desenvolvi um interesse profundo pela psicologia. Esse interesse não se limitava apenas a uma compreensão intelectual do campo, como a leitura de livros ou teorias psicológicas. Era, acima de tudo, uma busca por entender minha própria mente: por que eu experimentava tanta ansiedade? Por que era tão difícil reconhecer meus pontos fortes enquanto enfatizava meus defeitos? Além disso, amigos frequentemente buscavam minha ajuda em momentos difíceis, como términos de relacionamento, problemas familiares e conflitos interpessoais. Essas experiências despertaram em mim o desejo genuíno de fazer diferença, tanto para mim quanto para os outros. Eu ansiava por ter a capacidade de oferecer respostas que pudessem promover mudanças positivas.

​

Ao longo do meu percurso, meu interesse pela psicologia se ampliou para diversas abordagens teóricas, particularmente a psicanálise freudiana e junguiana. Essas escolas me provocaram reflexões profundas sobre como pensamentos, emoções e comportamentos podem carregar significados simbólicos que transcendem a consciência individual. Percebi que muitos dos conflitos humanos têm suas raízes no inconsciente, e as pessoas muitas vezes não compreendem a verdadeira causa de seu sofrimento.

 

A abordagem psicanalítica me levou a explorar conteúdos como os sonhos, os quais continuo a investigar com meus pacientes até hoje. Os sonhos revelam significados psicológicos fascinantes e possibilitam uma transformação da consciência, fornecendo insights valiosos sobre o funcionamento da mente humana. 

​

Apesar do profundo apreço por essas disciplinas, percebi que ainda havia uma lacuna. Embora a psicanálise e a psicologia analítica fossem extremamente refinadas em suas análises do inconsciente, pareciam desconectadas da realidade da vida cotidiana. A profundidade do mergulho no inconsciente era cativante, mas também reconhecia a importância do que está na superfície. O aspecto mais superficial da experiência humana parecia negligenciado, e sentia que havia uma magia a ser descoberta nesse domínio também, algo mais prático e que dialogasse com o que eu via no meu dia-a-dia.

 

No meu quarto ano de graduação em psicologia, deparei-me com um livro intrigante: "Psicologia Cognitivo-Comportamental dos Transtornos de Personalidade" do renomado psicólogo Aaron Beck. Ao abrir o livro e mergulhar na introdução, fui confrontado com uma ideia surpreendente: Beck afirmava que a psicologia cognitivo-comportamental era a psicoterapia do leigo, seus pressupostos eram elementos do senso comum. Essa afirmação inicial me causou um choque profundo e despertou um sentimento de absurdo. Como alguém que havia mergulhado em métodos e compreensões sofisticadas e complexas da psicanálise, que demandavam extenso treinamento e erudição, poderia aceitar uma abordagem psicológica que se autoproclamava simplista desde o início e que rejeitava todo o edifício de complexidade que eu havia estudado até então?

Abandonei o livro e simplesmente prossegui com meus estudos e integrando o coro dos críticos da cognitivo-comportamental, que assim como eu fazia, julgam essa escola sem se dar ao trabalho de compreender sua mensagem.

​

Posteriormente, durante meu programa de mestrado em psicologia clínica na PUC-SP, descobri uma afinidade com a abordagem junguiana. Dediquei-me intensamente ao estudo das obras de Jung e dos autores associados a essa escola, encantando-me com suas análises enriquecidas pela mitologia e pelo simbolismo. No entanto, um período de grande ansiedade e desânimo se abateu sobre mim. Parecia que a psicologia havia perdido seu significado, e eu me via nervoso ao atender os pacientes, desorientado na vida. Gradualmente, comecei a nutrir pensamentos negativos sobre mim mesmo e meu futuro.

​

Em um momento de desespero avassalador, voltei ao livro de Aaron Beck e suas palavras ecoaram de forma diferente dentro de mim. Naquela hora de desespero, compreendi que precisava abandonar meu castelo de complexidade, deixar de lado meu eu neurótico preocupado com as complexidades acadêmicas, e abraçar a simplicidade daquelas palavras. Percebi que necessitava de uma teoria mais acessível, que lidasse com a superfície, com o aqui e agora dos meus medos e incertezas, que desafiasse minhas crenças.

 

Assim, com entusiasmo, mergulhei nos escritos dos autores da abordagem cognitivo-comportamental e descobri, para minha surpresa, que todos os livros continham exercícios e práticas com aplicação direta tanto para o paciente quanto para o terapeuta. Gradualmente, abandonei as teorizações complicadas em favor da simplicidade e das práticas da abordagem cognitivo-comportamental. Paradoxalmente, essa simplicidade me conduziu a profundidades que nunca havia explorado com a psicologia junguiana.

​

Esse novo impulso me levou a buscar uma especialização no Instituto de Psicologia Cognitivo-Comportamental, uma decisão que me encheu de alegria e entusiasmo renovado pelo meu trabalho.

 

Hoje, percebo-me como um terapeuta mais completo, e compreendo que a abordagem cognitivo-comportamental me proporcionou as ferramentas necessárias para lidar com as grandes questões que enfrentava quando era mais jovem. Sinto-me orgulhoso por fazer parte dessa comunidade de psicoterapeutas que adotam essa abordagem, mas também reconheço que não sou apenas isso. Sou um ser em constante evolução, com interesses variados em outras áreas e conhecimentos.

 

Entretanto, essa abordagem não me limita; ao contrário, ela me permite explorar diferentes práticas e filosofias. No fim das contas, o que importa é que funcione: se uma técnica  é eficaz, então é terapia cognitivo-comportamental. Essa flexibilidade e abertura para a mudança são aspectos que aprecio profundamente na abordagem que escolhi seguir.

​

​

Dedone Psicologia

Logo_Opus_sem_letras-removebg-preview.png
bottom of page